sexta-feira, 27 de janeiro de 2012



Vale: A pior empresa do mundo?

    A gigante da mineração brasileira, a VALE, foi eleita nesta sexta-feira, após uma votação virtual organizada entre 5 e 26 de Janeiro  pelo Greenpeace, como  A PIOR EMPRESA DO MUNDO.  A pesquisa é feita desde 2000,  e a indicação da Vale a este posto, dá-se pelo fato desta causar diversos impactos ambientais. Um dos principais  fatores  que influenciou o "sucesso" da votação deu-se ao fato da Vale fazer parte na construção da Usina de Belo Monte, um projeto de mais de 20 anos que insiste em sair do papel, sem pensar nas conseqüências sociais e ambientais causadas.
   
   Óbvio que o prêmio em questão não tem impacto positivo nenhum para a imagem da Vale, tanto que a fim de rebater as acusações e agir rapidamente, a mineradora disponibilizou  um  site afim de esclarecer cada crítica recebida, o endereço é http://www.valeesclarece.com/ 

  Há também quem defenda a posição da organização, tal como esta matéria publicada no site da revista Veja, http://veja.abril.com.br/noticia/economia/por-que-a-vale-nao-e-a-pior-empresa-do-mundo, mas é muita sardinha puxada para o lado da Vale , e como todos sabem, ou se ainda não sabem, claro que existem empresas que pagam matérias para serem divulgadas nos meios de comunicação, e essa está perfeita demais para ser apenas uma defesa em nome da organização, afinal de contas o que ganha um veículo de comunicação defendendo uma empresa?  Sim há jogo de interesses, e aonde não há? Mas estamos falando de uma grande organização, muito valorizada no mercado mundial, que não pode e não deve deixar que qualquer problema cause danos maiores junto a sua imagem no mercado, por isso a ação e a resposta a pesquisa foi imediata, demonstrando cuidado, precisão e organização comunicacional que a mineradora possui, itens esses que são essenciais para garantir o posicionamento e a boa imagem da Vale no mercado, já que seu ramo de atuação exige uma posição social e ambiental alinhada a seus valores e aos parâmetros do mercado.

   Claro que a manchete é chamativa, e explora negativamente o nome da Vale, mas isto deve fazer a empresa repensar suas ações de sustentabilidade junto a seus públicos. Mesmo que sua participação junto a construção da Usina de Belo Monte seja pequena, o "prêmio" não é algo que deve ser desconsiderado, visto que a participação da população foi significativa, cabe então a empresa rever alguns de seus conceitos e posicionamento em projetos que tenham forte impacto ambiental e social.  

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


                  Já fiz meu primeiro post e essa matéria que li hoje no portal de noticias do Uol não poderia deixar para ser publicada e comentada depois, pois simplesmente é um escândalo envolvendo uma das maiores indústrias no segmento alimentício, a BRF Brasil Foods em um tema muito polêmico, que é o Tráfico de Pessoas. 
               
                 A história contada envolve um muçulmano  que após ser demitido do emprego que tinha sob condições de escravidão, resolveu pedir auxílio junto ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados)  e contou que vivia sob condições sub-humanas,  de acordo com a reportagem, um grupo de cerca de 25 imigrantes trabalhavam na fábrica da Sadia no DF.             
O fato é que muçulmanos,africanos e asiáticos são ludibriados para serem contratados e virem trabalhar no Brasil em grandes frigorificos por conta do método conhecido como HALAL, que funciona como um sistema de Qualidade islâmico, (podemos compará-lo (acredito eu) ao INMETRO). O HALAL visa propor normas que devem ser cumpridas junto as linhas de produções das indústrias de forma a garantir o cumprimento das regras e normas de qualidade estabelecidas pelo Serviços de Inspeção Islâmica, de acordo com as leis islâmicas, ou seja, se a indústria  brasileira quer exportar sua carne para países muçulmanos este método deverá ser cumprido. Só no ano passado o faturamento com a exportação de carne rendeu em torno de R$ 5 milhões ao Brasil  e cada trabalhador explorado recebe R$ 700,00 por mês por uma jornada laboral  de mais doze horas e sem benefícios e deve degolar pelo menos 75 frangos por minuto, tá bom ou quer mais???    Tem mais, e essa é de doer!  O Ministério Público do Trabalho moveu uma ação junto a BR Foods, e a  CDIAL Halal empresa terceirizada que "contrata" os funcionários para trabalharem nos frigoríficos, ação esta  que foi julgada como procedente e a pena foi pagar ao Fundo de Amparo ao Trabalhador R$ 5 milhões , óbvio que as empresas recorreram e o valor caiu para R$ 1 milhão  Agora o que é R$ 1 milhão para essas empresas ? NADA !!!  E dinheiro nenhum paga ou devolve a dignidade de quem foi inescrupulosamente explorado. Claro que as empresas irão recorrer, afinal de contas, ninguém quer pagar a conta e assumir o erro.

               A polêmica aqui não envolve somente a empresa, mas sim uma possível rede de exploração de trabalho baseada no método HALAL. O caso agora está nas mãos do procurador Ricardo Nino Ballarini, esperamos providências, para que nao só este, como muitos outros casos de exploração e tráfico de pessoas sejam tomadas, pois isto é tão frequente aqui no Brasil como em outros países, assim como muitos brasileiros sonham em ''ganhar" a vida lá fora, muitos estrangeiros também tem o mesmo sonho, porem o destino nem sempre é feliz nessas histórias, por isso, não seja a favor da exploração e do tráfico de pessoas,  DENUNCIE !
           

               Pensando sob a ótica de Relações Públicas, como uma empresa do porte da BR Foods se expõe em tamanho escândalo ?   O fato de ter recorrido a sentença só mostrou o quanto ela é culpada nesta história. Como uma empresa que tem  fixado em seu Valor o RESPEITO PELAS PESSOAS é  capaz de permitir dentro de suas fábricas tamanha atrocidade?  Agora ninguém aparece para falar nada, nenhuma mensagem, nenhuma defesa....ou seja...nenhum Planejamento de Gaveta, esta seria a grande chave que a empresa poderia ter para se defender nesta situação-problema, mas talvez ela achava que isso nunca iria acontecer, e olha como as coisas sao: aconteceu! E agora não tem mais como fugir do fato, e uma empresa com uma solidez de mercado tem em sua história uma mancha negra que irá tornar case de muitos alunos de Relações Públicas.                
               
              Nestas horas de crise, quanto mais cedo a empresa posicionar-se diante de seu público, mais rápido ela consegue amenizar o impacto negativo do acontecimento que envolve sua imagem junto ao público, porém, quanto mais ela demorar, mais oportunidade ela dará para que a imprensa explore seu fracasso a máximo, por isso RP é preciso AGIR, é preciso PENSAR estrategicamente, e claro, NUNCA esquecer: o Planejamento de Gaveta, poderá salvar sua organização, acredite!!!!!  Simule uma crise, faça ações, planos, respostas, mensagens e que sua marca/organização divulgaria a seus públicos diante de uma situação dessas. 
                 
           




           













              Algumas das palavras acima são a chave e ao mesmo tempo diversas definições que a profissão de Relações Públicas pode ter sob a ótica individual de um aspirante estudante de RP, um profissional formado na área, da mídia ou de outros colegas formados em outros cursos que exercem esta profissão. Mas o que realmente é ser um Relações Públicas ?   Alguns acham que é apenas organizar eventos ou vulgarmente dito como 'festinhas', outros pensam apenas em RP como Assessor de Imprensa, mas poucos pensam RP como um profissional capacitado em exercer liderança efetiva em diversas áreas como por exemplo, Comunicação Organizacional.   Mas, antes de entrarmos em qualquer outro assunto, o principal é termos em mente a definição de Relações Públicas, há diversas por diferentes autores, particularmente  prefiro  mostrar sob minha ótica:  Relações Públicas é o profissional capacitado por administrar, integrar e  relacionar a comunicação com seus públicos, seja ele interno ou externo, de uma organização pública ou privada  e até mesmo uma pessoa física. É o Relações Públicas que terá a função de manter  a boa imagem de seu cliente junto ao seu público de relacionamento e elaborar ações estratégicas de comunicação com foco institucional.   

          As áreas de atuação do profissional são diversas, pode ser educacional, governamental, institucional, pessoa física...enfim... no leque de opções há muitos segmentos, mas cabe a nós escolhermos trabalhar com aquilo que nos agrada e claro, o que sabemos fazemos melhor.   A profissão ainda é pouco desbravada e conhecida em nosso país, mas sua importância e relevância vem sendo reconhecida e fazendo cada vez mais a diferença, principalmente em acontecimentos que envolvam pensamentos e atitudes rápidas que causem o mínimo de impacto possível na organização, e isto o RP tem que saber fazer de olhos fechados!  Pensar de que forma pode agir, falar ou gesticular sem que qualquer deslize entregue o momento de fraqueza e leve todo trabalho de uma boa imagem por água abaixo. É isso que faz um RP e é isso que é SER um RP....um profissional capaz de lidar com situações conflitantes com agilidade e inteligência, a fim de causar o menor impacto possível. Gostou ? Então SEJA UM RP!